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Lição 6
Lição 6

Lição 6: Santificarás o Sábado

Data: 8 de Fevereiro de 2015

 

TEXTO ÁUREO (Mc 2.27).

 

VERDADE PRÁTICA

O quarto mandamento envolve os aspectos espirituais e sociais, diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e ao mesmo tempo com o próximo.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 2.2                                    Deus descansou no sétimo dia da criação

Terça - Êx 16.29,30                                O sábado é um presente de Deus para o povo de Israel

Quarta - Êx 23.12                                   O sábado foi dado a Israel para descanso

Quinta - Rm 14.5,6                                 A fé cristã é isenta de toda forma de legalismo

Sexta - Cl 2.16,17                                    A lei, juntamente com o sábado legal, foi encravada na cruz

Sábado - Hb 4.8                                      O sábado institucional se cumpre na vida da Igreja

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 20.8-11; 31.12-17.

 

OBJETIVO GERAL

Compreender o significado do sábado para os cristãos.

 

INTRODUÇÃO

As controvérsias deste mandamento giram em torno da sua interpretação. Temos aqui a relação trabalho-repouso e ao mesmo tempo o relacionamento de Deus com Israel. A necessidade de um dia de repouso após seis jornadas de trabalho é universal, mas o sábado é um presente de Deus para Israel. O mandamento de santificar o sábado é mais bem compreendido quando se conhece o propósito pelo qual ele foi dado.

 

                                               I. O SÁBADO DA CRIAÇÃO

1. O shabat.

 A palavra hebraica sabbat significa descanso ou cessação; Deus celebrou o sétimo dia após a criação e abençoou este dia e o santificou. em (Gn 2.2,3). Encontramos a base do sábado institucional e do sábado legal. Sendo que o sábado legal só foi instituído com a promulgação da lei. O substantivo shabbat, “sábado”, não aparece aqui, na criação. Surge pela primeira vez no evento do maná (Êx 16.22,23).

2. Deus concluiu a criação no dia sétimo.   “No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gn 2.2,3). Para Deus, o descanso não representava (e não representa) que ele se recuperaria da exaustão do labor, mas simplesmente que pararia o que estivera fazendo (hebraico, sbt). Ele, ao abençoar o dia, celebrou a obra de criação terminada, acrescentando a ela, por assim dizer, seu amém de aprovação.. Não se trata de ociosidade, pois Deus não para e nem se cansa (Is 40.28; Jo 5.17).

3. A bênção de Deus sobre o sétimo dia. Ele abençoou e santificou o sétimo dia como um repouso contínuo, na dispensação da inocência, mas isso foi interrompido por causa do pecado. Agostinho de Hipona lembra que não houve tarde no dia sétimo, e afirma que Deus o santificou para que esse dia permanecesse para sempre (Confissões, Livro XIII, 36). O sábado da criação aponta para o descanso de Deus ao mundo inteiro no fim dos tempos: “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9).

 

                                       II. O SÁBADO INSTITUCIONAL

 

1. Desde a criação. É o sábado para descanso de todos os povos. É uma questão moral que Deus estabeleceu para a raça humana ao comemorar a criação. Tornou modelo e uma forma natural para toda a raça humana. É a ordem natural das coisas: os campos precisam de repouso, as máquinas necessitam parar para manutenção e assim por diante (Lv 25.4). O sábado institucional, portanto, não se refere ao sétimo dia da semana; pode ser qualquer dia ou um período de descanso (Hb 4.8).

2. Não era mandamento. O sétimo dia da criação não era mandamento, mas revela a necessidade natural do descanso de toda a natureza. O repouso noturno de cada dia não é suficiente para isso. Deus abençoou e santificou esse dia não somente para comemorar a obra da criação, mas para que, nesse dia, todos cessem o trabalho e assim descansem física e mentalmente para oferecer o seu culto de adoração a Deus.

3. Os patriarcas não guardaram o sábado. O livro de Gênesis não menciona os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó observando o sábado. Segundo Justino, o Mártir, Abraão e seus descendentes até o Sinai agradaram a Deus sem o sábado (Diálogo com Trifão 19.5). Irineu de Lião diz que Abraão, “sem circuncisão e sem observância do sábado, ‘acreditou em Deus e lhe foi imputado a justiça e foi chamado amigo de Deus’” (Contra as Heresias, Livro IV, 16.2).

 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

O sábado institucional se refere à necessidade de um período de descanso para a Criação e para o homem.

 

                                                      III. O SÁBADO LEGAL

 

1. Significado. É o sétimo dia da semana no calendário judaico, marcado para repouso e adoração. Foi introduzido no mundo pela lei; é o sábado legal dado aos israelitas no Sinai. Nenhum outro povo na história recebeu a ordem para guardar esse dia; é exclusividade de Israel (Êx 31.13,17). O sábado e a circuncisão são os dois sinais distintivos do povo judeu ao longo dos séculos (Gn 17.11).

2. O sábado do Decálogo. A expressão “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar” (Êx 20.8), remete a uma reminiscência histórica e, sem dúvida alguma, Israel já conhecia o sábado nessa ocasião. Mas parece não ser referência ao sábado da criação. Ele aparece na promulgação da lei (Êx 20.11), contudo, essa reminiscência não reaparece em Deuteronômio (Dt 5.12-15). Trata-se, com certeza, do sábado que o povo não levou a sério no deserto (Êx 16.22-29).

3. Propósito. A instituição do sábado legal no Decálogo tinha um propósito duplo: social e espiritual. Cessar os trabalhos a cada seis dias de labor era dar descanso aos seres humanos e aos animais e dedicar um dia para adoração a Deus. É um memorial da libertação do Egito (Dt 5.15). Duas vezes é dito que o sábado é um sinal distintivo entre Deus e a nação de Israel (Êx 31.13,17).

 

                                               IV. UM PRECEITO CERIMONIAL

 

1. O sacerdote no Templo. O Senhor Jesus Cristo disse mais de uma vez que a guarda do sábado é um preceito cerimonial. Ele colocou o quarto mandamento na mesma categoria dos pães da proposição (Mt 12.2-4). Veja ainda a que Jesus se referia quando falou a respeito desse ritual mencionado em Êxodo 29.33, Levítico 22.10 e 1 Samuel 21.6. Disse igualmente que “os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa” (Mt 12.5), ao passo que não existe concessão para preceitos morais.

2. A circuncisão no sábado. Se o oitavo dia da circuncisão do menino coincidir com um sábado, ela tem que ser feita no sábado, nem antes e nem depois. Assim, Jesus mais uma vez declara o quarto mandamento como preceito cerimonial e coloca a circuncisão acima do sábado (Jo 7.22,23 cf. Lv 12.3). Um mandamento moral é obrigatório por sua própria natureza.

 

 

                                                 V. O SENHOR DO SÁBADO

 

1. O sábado e a tradição dos anciãos. Os quatro evangelhos registram os conflitos entre Jesus e os fariseus sobre a interpretação do sábado. A tradição dos anciãos criou 39 proibições concernentes ao sábado, mas o Senhor Jesus disse que é “lícito fazer bem no sábado” (Mt 12.12). Isso Ele fez (Mc 3.1-5; Lc 13.10-13; 14.1-6; Jo 5.8-18; 9.6,7,16) e, por isso, nós devemos fazer o bem, não importa qual seja o dia da semana.

2. Jesus é o Senhor do sábado (Mc 2.28). O sábado veio de Deus e somente Ele tem autoridade sobre essa instituição. Então, não há outro no universo investido de tamanha autoridade, senão o Filho de Deus. A expressão “o Filho do Homem”, no singular, é título messiânico, não é usual ou comum às outras pessoas. Está claro que Jesus se referia a Ele mesmo. Jesus disse que os seres humanos não foram criados para observar o sábado, mas que o sábado foi criado para o benefício deles (Mc 2.27).

3. Dia do culto cristão. O primeiro culto cristão aconteceu no domingo e da mesma forma o segundo (Jo 20.19,26). Nesse dia o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mc 16.16). O dia do Senhor foi instituído como o dia de culto, sem decreto e norma legal, pelos primeiros cristãos desde os tempos apostólicos (At 20.7; 1Co 16.2; Ap 1.10). É o “sábado” cristão! O sábado legal e todo o sistema mosaico foram encravados na cruz (Cl 2.16,17), foram revogados e anulados (2Co 3.7-11; Hb 8.13). O Senhor Jesus cumpriu a lei (Mt 5.17,18), agora vivemos sob a graça (Jo 1.17; Rm 6.14).

 

CONCLUSÃO

A palavra profética anunciava o fim do sábado legal (Jr 31.31-33; Os 2.11). Isso se cumpriu com a chegada do novo concerto (Hb 8.8-12). Exigir a guarda do sábado como condição para a salvação não é cristianismo e caracteriza-se como doutrina de uma seita.

 

EXERCICIO

Sobre o Sábado:

1) Quando Deus descansou no sétimo dia, Ele parou de trabalhar?

R

2) O sábado institucional resgata a ordem natural das coisas. Explique.

R. 

3) É pecado trabalhar no domingo, o dia do Senhor?

R

4) Quem não guardar o sábado pode perder a salvação?

R.

5. Por que o domingo é “o dia do Senhor” para os cristãos?

R.