Lição 1: Deus dá sua Lei ao povo de Israel
Data: 4 de Janeiro de 2015
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 34.27 A promulgação da lei é a cerimônia oficial do concerto que Deus fez
Terça - Êx 19.8 Israel faz voto de fidelidade e obediência à lei de Deus
Quarta - Gn 15.18 Deus já havia feito um concerto com Abraão
Quinta - Gn 26.28-30 Era comum celebrar um concerto com festa
Sexta - Rm 7.12 A lei é santa e veio de Deus, portanto, era preciso observá-la
Sábado - Ne 8.1 A origem da lei é o próprio Deus, por isso era preciso obedecer-lhe
LEITURA BIBLICA EM CLASSE: Êxodo 20.18-22,24; 24.4,6-8.
20.18 - E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso, retirou-se e pôs-se de longe.
19 - E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos.
20 - E disse Moisés ao povo: Não temais, que Deus veio para provar-vos e para que o seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis.
21 - E o povo estava em pé de longe: Moisés, porém, se chegou à escuridade onde Deus estava.
22 - Então, disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que eu falei convosco desde os céus.
24 - Um altar de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas: em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei ali e te abençoarei.
24.4 - E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um altar ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel;
6 - E Moisés tomou a metade do sangue e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar.
7 - E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos.
8 - Então, tomou Moisés aquele sangue, e o espargiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que o SENHOR tem feito convosco sobre todas estas palavras.
OBJETIVO GERAL
Explicar o processo de desenvolvimento da Lei de Deus. E.
1. Conhecer como a Lei foi promulgada.
2. Afirmar a autoria de Moisés.
3. Conceituar “Concerto” ou “Aliança”.
4. Classificar os sacrifícios que foram estabelecidos com a Lei.
PONTO CENTRAL
Deus revelou a sua Lei aos homens através de Moisés, o seu servo. Mas a revelação plena consiste em Cristo, o Filho de Deus.
INTRODUÇÃO
O tema do presente trimestre são os Dez Mandamentos, a base de toda a legislação mosaica. Aqui vamos iniciar com a solenidade da promulgação da lei, no Sinai, a cerimônia do concerto que Deus fez com Israel. O evento envolveu holocaustos e a leitura do livro da lei num ritual com profundas implicações messiânicas.
I. A PROMULGAÇÃO DA LEI
1. A solenidade. O ritual do concerto e da promulgação da lei no pé do monte Sinai aconteceu cerca de três meses após a saída de Israel do Egito (Êx 19.1-3). Os israelitas permaneceram ali durante um ano (Nm 10.11,12). A revelação da lei começa aqui e vai até o livro de Levítico (Lv 27.34). O livro de Números registra as jornadas de Israel no deserto, e Deuteronômio é o discurso em que Moisés recapitula a lei e traz ao povo uma reflexão sobre os acontecimentos no deserto desde a saída do Egito, exortando Israel à fidelidade a Deus (Dt 1.3; 4.1).
2. A credibilidade de Moisés. Diante de tudo o que aconteceu quem poderia questionar a legitimidade de Moisés como mediador entre Deus e o povo? Quem podia duvidar da autenticidade e da autoridade da lei (Êx 20.22)? Não seria exagero afirmar que Deus quis fortalecer a autoridade de Moisés com aquelas manifestações sobrenatural (Êx 19.9). A manifestação visível do poder de Deus ao povo era uma prova irrefutável de sua origem divina (Êx 20.18-22; 19.16-19). As coisas de Deus são sempre às claras. Uma das grandezas do cristianismo é que ele foi erigido sobre fatos. Os evangelhos estão repletos dos milagres que Jesus operou diante do povo (Jo 18.19-21).
3. A lei. A lei de Moisés é o alicerce de toda a Bíblia, e os judeus a consideram “a expressão máxima da vontade de Deus”. O termo hebraico torah aparece no Antigo Testamento como “instrução, ensino, lei, decreto, código legal, norma”, e vem da raiz de um verbo que significa “instruir, ensinar”. A Septuaginta emprega a palavra grega nomos, “lei, norma”, usada também no Novo Testamento. Além de designar toda a legislação mosaica (Dt 1.5; 30.10) — o Pentateuco (Lc 24.44; Jo 1.45) — indica também o Antigo Testamento (Jo 10.34,35; Rm 3.19; 1Co 14.21). Segundo os antigos rabinos, a lei contém 613 preceitos contendo 248 mandamentos e 365 proibições.
II. OS CÓDIGOS
1. Classificação. Os críticos costumam fragmentar os escritos de Moisés. Considera a legislação mosaica uma coleção de diversos códigos produzidos num longo lapso de tempo. A classificação apresentada é a seguinte: os Dez Mandamentos encabeçam a lista desses expositores (Êx 20.1-17; Dt 5.6-21). Em seguida, há o que eles denominam Código da Aliança (Êx 20.22-23.33). O que vem depois é o Código de Santidade (Lv 17-26). O Código Sacerdotal é o restante do livro de Levítico e o Código Deuteronômico (Dt 12-26).
2. O que há de concreto? Estas seções ou códigos são realmente identificáveis no Pentateuco; no entanto, é inaceitável a idéia de sua existência independente de cada um deles na história. O argumento dos críticos contraria todo o pensamento bíblico. Não existem provas bíblicas nem extra bíblicas de qualquer código isolado no Antigo Israel. A Bíblia inteira atribui a autoria a Moisés, e o próprio Senhor Jesus Cristo chamava o Pentateuco de “lei de Moisés” (Lc 24.44).
III. O CONCERTO
1. O que é um concerto? O termo usado no Antigo Testamento para “concerto” é berit, “pacto, aliança”, que literalmente indica obrigação entre pessoas como amigos, marido e mulher; entre grupos de pessoas; ou entre divindade e indivíduo ou um povo. Sua etimologia é incerta. A Septuaginta emprega o termo grego diatheke, “pacto, aliança, testamento”, ou seja, a mesma palavra usada por Jesus ao instituir a Ceia do Senhor. O Antigo Testamento fala de três concertos: com Noé, com Abraão e com Israel no monte Sinai (Gn 9.8-17; 15.18; Êx 24.8). O Novo Testamento fala do novo concerto que o Senhor Jesus fez com toda a humanidade (Mt 26.28; Hb 8.13).
2. Preparativos. Até este ponto na história dos israelitas, Deus vinha agindo em cumprimento às promessas feitas aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.18; 17.19; Êx 2.24). Essa promessa precisava ser levada avante. Agora os filhos de Israel formavam um grande aglomerado de pessoas, e essa multidão precisava ser organizada como nação e estabelecida uma forma de governo com estatutos que constituíssem sua lei.
3. O concerto do Sinai. O concerto do Sinai não era apenas a ratificação da promessa feita a Abraão, mas sua aprovação oficial (Gn 15.18; Gl 3.17). As duas partes envolvidas eram, de um lado, o grande Deus Jeová: “se diligentemente ouvirdes a minha voz” (ÊX 19.5); e, de outro, Israel: “Tudo o que o SENHOR tem falado faremos” (Êx 19.8). O povo reafirma esse compromisso mais adiante (Êx 24.7). Era um concerto temporal, local e nacional com mediador falível, ao passo que o de Cristo tinha aplicação universal, foi em favor de toda a raça humana e o Mediador era perfeito.
4. O livro do concerto. Moisés “tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo” (24.7). O concerto foi feito sob as palavras desse livro que continha os mandamentos e os direitos e deveres para a vida de Israel (24.8). Deus já havia mandado Moisés escrever os acontecimentos ocorridos até a guerra dos amalequitas (Êx 17.14). Mas aqui o texto se refere a uma coleção de ordenanças escritas pelo próprio Moisés (24.4). Segundo Umberto Cassuto, professor das universidades de Milão, Roma e Jerusalém, esse livro continha Êxodo 19—20.19 e 20.22—23.33. Nessa época, a revelação do Sinai ainda estava em andamento.
IV. O SACRIFÍCIO
1. Os holocaustos. A solenidade foi celebrada com sacrifícios de animais (20.4). O holocausto, olah, em hebraico, significa “o que sobe”, pois a queima subia em forma de fumaça, como cheiro suave diante de Deus. Neste sacrifício, a vítima era completamente queimada como sinal de consagração do ofertante a Deus. A Septuaginta emprega holokautoma, derivado de duas palavras gregas: hotos, “inteiro, completo, total”, e kaustos, “queima”. Ou seja, uma oferta totalmente queimada, ou completamente queimada no altar, era considerada o mais perfeito dos sacrifícios.
2. O sangue. Deus mandou Moisés oferecer o sacrifício do concerto e aspergir o sangue sobre o altar e o povo (24.6,8). Todo o sistema sacrifical fundamenta-se na ideia de substituição, e isso implica expiação, redenção, perdão e sacrifício vicário à base de sangue (Lv 17.11). O sangue aqui era o ponto de união entre Deus e seu povo; com ele, Israel começava uma nova etapa em sua história (Sl 50.5). O escritor aos Hebreus lembra que o concerto do Sinai foi celebrado com sangue e faz uma analogia com a Nova Aliança, porque o Senhor Jesus a selou com seu próprio sangue (Hb 9.18-22).
3. A aspersão. Moisés colocou metade do sangue em bacias e aspergiu outra metade sobre o altar (24.6). O sangue das bacias foi aspergido sobre o povo, como recipiente das bênçãos de Deus e parte do concerto. O sangue do altar representa o próprio Deus, a outra parte da aliança, visto que sem derramamento de sangue não há remissão (Hb 9.22). Tudo isso era também um prenúncio da redenção em Cristo.
CONCLUSÃO
A grandeza do acontecimento no Sinai mostra a natureza sem igual da cerimônia, algo nunca visto. Era a manifestação do próprio Deus de maneira explícita diante de todo o povo. O que devemos aprender é que a observância meramente exterior, destituída de significado interior, não passa de simples cerimônia. A riqueza espiritual e seu significado residem na figura do Filho de Deus e no cumprimento do concerto em Cristo.
EXERCICIO:
1. Qual é a maior e a mais completa lei: a de Moisés ou a de Cristo?
R. Jesus cumpriu toda a Lei, de modo que toda a moral contida no sistema mosaico foi incorporada e restaurada sob a graça derramada por Jesus através do sacrifício do Calvário. O mandamento de Cristo é a lei do amor, o mais importante mandamento (Rm 13.10).
2. É correto anular a lei de Moisés em nome da Graça?
R. Embora a lei tenha a sua importância, servindo durante um longo tempo como um “pedagogo” para o pecador, ela não tem mais domínio sobre nós. Isso não quer dizer que a lei foi anulada, mas efetivamente cumprida por Jesus e, por essa razão, vivemos debaixo da Graça (Gl 3.23-25).
3. O sistema de sacrifício judaico tem algum significado para os cristãos?
R. Sim, mas se trata de um significado simbólico. Todo o sistema de sacrifício do judaísmo fundamentava-se na ideia de substituição, expiação, redenção, perdão e sacrifício à base de sangue. Todo esse sistema era como sombra, porque Jesus Cristo selou uma nova aliança com a humanidade por meio do seu sangue (Hb 9.18-22). Ele expiou todos os nossos pecados.
4. A quem devemos obedecer: a Moisés ou a Jesus?
R. Sim, mas se trata de um significado simbólico. Todo o sistema de sacrifício do judaísmo fundamentava-se na ideia de substituição, expiação, redenção, perdão e sacrifício à base de sangue. Todo esse sistema era como sombra, porque Jesus Cristo selou uma nova aliança com a humanidade por meio do seu sangue (Hb 9.18-22). Ele expiou todos os nossos pecados.
5. Qual é o nosso maior modelo de vida?
R. Jesus Cristo (Fp 2.5-11).